sexta-feira, 2 de maio de 2008

Nasci não sei quando....

Nasci não sei quando;

Sei que no princípio eu era operativa, entre romanos e medievos, depois me tornei especulativa, condição que trago até os dias atuais.

Em meu nome ergueram templos de pedra e os encheram com aqueles que ainda hoje não me compreendem.

Em meu nome, se fantasiaram e se engalanaram.
Em meu nome, fizeram-se falsos homens de bem.
Em meu nome, buscaram o poder pelo poder.
Em meu nome, delegaram-se sapientes e iniciados.
Em meu nome, fizeram-se donos da verdade.
Em meu nome, perseguiram mais do que ajudaram. Especializaram-se neste métier.
Em meu nome, ludibriaram e enganaram.
Em meu nome, me dividiram, como se eu não fosse uma só; um ledo engano.
Em meu nome, retiraram dos meus rituais a essência dos ensinamentos do meu criador.
Em meu nome, criaram graus e degraus, como forma de serem importantes por estas conquistas, não pelo trabalho interior e exterior de cada um.
Em meu nome, criaram e criam vários ritos, tudo no grito.
Em meu nome, ganham a vida criando estórias e arregimentando seguidores para estas, para mais tarde se desmentirem.
Em meu nome, fazem leis e normas para favorecê-los, ou para tentar calar o meu grito através dos que me entendem e tentam me defender.
Em meu nome, usam a sociedade para benefício próprio e de seus apadrinhados ou cúmplices.
Em meu nome, criam até rituais onde o iniciado não necessita crer no GADU (Deus), coitados, não sabem nem ao menos o que é uma iniciação.
Em meu nome, iniciam sem jamais iniciar.
Em meu nome, colocam-se como Maçom, sem jamais se preocuparem, em tornarem-se um deles, verdadeiramente, um dia.
Em meu nome, relegam a um segundo plano o verdadeiro sentido da iniciação.
Em meu nome, fazem sessões rápidas, maquinalmente, sem propósito algum, para sobrar mais tempo para a sessão gastronômica.
Em meu nome, sim, em meu nome, fazem tanta coisa errada que até fico constrangida em aqui me apresentar.
Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar o homem a se aproximar do nosso Criador que é o DEUS de toda a Humanidade.
Eu sou justa, sou perfeita, dei os símbolos como meio didático para o homem melhor me compreender e praticar nossos mais puros mandamentos.
Eu sou justa, sou perfeita, criei o ritual para poderem com os símbolos melhor me compreenderem e me entenderem.
Eu sou justa, sou perfeita, pensei que o homem poderia através dos símbolos e dos rituais interagir melhor com as forças energéticas positivas do universo.
Eu sou justa, sou perfeita, chamei o homem de pedra bruta para que ele sentisse e compreendesse a necessidade de se lapidar.
Eu sou justa, sou perfeita, mostrei ao homem que o templo físico deveria ser uma representação do universo, só que alguns não entenderam que tudo ali é sagrado, é uma das muitas moradas do meu Pai. Ali não há lugar para a inveja, o ciúme, a disputa, a vaidade, a intemperança, a raiva, a injúria e o juízo de valor.
Eu sou justa, sou perfeita, até deixo o homem dizer que eu tenho segredos; estes, se existem, são administrativos, como qualquer sociedade que um dia foi ou é perseguida tem como forma de proteger os seus membros.
Eu sou justa, sou perfeita, nasci para ajudar todos os homens, independentemente do sexo, raça, cor, religiosidade ou posição social a se transformar em um iniciado, ou seja, num homem, e, consequentemente um espírito de LUZ.
Toda a humanidade terá, forçosamente, que chegar neste estágio. Assim está escrito e assim se cumprirá.

Eu sou justa, sou perfeita, a todos e a tudo levo o meu perdão, mas, por favor, sejam dignos de mim, não me maltratem; socorram-me.

O meu nome? Sim, o meu nome é
MAÇONARIA.

(Autor desconhecido)
publicado por:
GLUSA - GRAN LOGIA UNIDA del SUR DE AMÉRICA
"Per Amore, Justitia et Honor"
(Dístico gentilmente traduzido para o latim, a pedido, pelo Ir.'. José Castellani)
(in memorian)
Colaboração: Adm ARLS Phoenix

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