sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quando o poder é maquiavélico....para reflexão

Por Sandra Silva,
socióloga
Fonte: www.EspacoVital.com.br

O poder não corrompe. O poder revela a criatura.

O poder se revela pela ocupação de uma posição de mando conquistada pela ascensão profissional ou por via de processos eleitorais. O poder pode ser exercido por qualquer criatura, em qualquer tempo e idade. Seu simples exercício não causa problemas. O que gera conflito é como esse poder é estabelecido em relação aos outros.

Quando a criatura humana se vê protegida pela posição de poder lança mão do chicote que estava oculto e passa a lancinar todos que considera inferiores. É uma espécie de vírus latente que encontra um viés de luz e por ele escapa para se manifestar de forma virulenta.

Desde que se começa a compreender o mundo em que se está assentado percebe-se a existência do poder. É crença geral de que o poder é o domínio do mais forte sobre o mais fraco comandando vontades. Errado! Porque errada a educação nesse sentido. O poder deveria ser transformador, como uma flecha capaz de cruzar o espaço alterando o mau para o bom, o mal para o bem.

A violência em qualquer de suas formas é o mau exercício do poder humano. As guerras, os genocídios, o desprezo pelo povo, o orgulho incomensurável, o desrespeito com as instituições e as virtudes escondem espíritos devassos, maquiados de benfeitores na maioria das vezes, como camaleões à espreita da vítima indefesa.

O medo da perda do poder conduz a criatura humana a atos terríveis, diabólicos até, para se conservar nessa posição. Vemos isso a todo o momento nestes conturbados tempos de relacionamentos fúteis e deslealdades profundas.

A humanidade poderia estar em outro patamar se refletisse mais sobre a transitoriedade da vida e sepultasse a falsa idéia de que os meios justificam os fins.

O poder é um ato extremo de egoísmo quando usado para satisfazer as ´neuras´ humanas escondidas no modelo social falso e hipócrita da sociedade moderna. Atrás de um abraço ou de palavras coerentes muitas vezes há um hálito de veneno e o fio de um punhal invisível.

Poucos são os poderosos que estendem amorosidade quando ocupam espaços privilegiados. A maioria não passa de uma turba consumista que grassa os piores caminhos para subir ao cume da sua própria montanha.

Colaboração: Ir.:Roberto Loro Cezimbra

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