A tarde vai morrer, calma como uma santa,
num êxtase de luz infinito e divino.
Há nas luzes do céu qualquer coisa que canta,
com músicas de cor, a tristeza de um hino.
Tudo, em torno de nós, se esbate e se quebranta.
Em nossos corações, como um dobre de sino,
e esperança agoniza; e a alma, triste, levanta
suas trêmulas mãos para o altar do destino.
Não é somente a tarde, a eterna moribunda,
que vai morrer, e espalha esta mágoa profunda
no nosso olhar, nas nossas mãos, na nossa voz...
É uma outra tarde - que nunca há de ser aurora
como a do céu será amanhã - que morre agora,
triste, dentro de nós...
Alceu Wamosi
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Eterna tarde
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário