quarta-feira, 22 de junho de 2011

CATEDRAL

Certa vez, ao visitar uma enorme construção, uma pessoa parou diante de um operário e perguntou-lhe o que estava fazendo. O trabalhador respondeu: “Estou assentando tijolos”. Continuando seu passeio, o visitante fez a mesma pergunta a um segundo operário, recebendo como resposta: “Uma parede”. Mais adiante, inquirindo um terceiro trabalhador (a fazer a mesma coisa que os dois primeiros), teve como resposta: “Estou construindo uma catedral”.
Por que nossos sonhos não se tornam realidade? A estória acima nos ajuda a entender um pouco esta questão. Aquele que está fazendo uma parede não tem sonhos, simplesmente está juntando tijolos e argamassa e, para seu suplício, isto vai se repetir dia após dia. O primeiro, que está somente assentando tijolos, está em situação ainda pior, não sabendo se os tijolos vão constituir uma parede curta ou longa, alta ou baixa. Nem quantos são os tijolos…
O terceiro trabalhador, todavia, está construindo uma catedral. Em sua mente, ao trabalhar, vê, com clareza, a imponência do edifício e antevê as solenidades que ali ocorrerão, trazendo multidões. Com esta imagem precisa, certamente suas forças e seu interesse se multiplicarão. Terá imenso cuidado e incontida alegria a cada tijolo acrescentado; parará, por vezes, para mirar com admiração e orgulho o seu trabalho já feito e para imaginá-lo já concluído. Nada será capaz de tirá-lo ou desviá-lo de seu objetivo. Suportará e vencerá os obstáculos.
E por que? Porque tem um sonho, que se traduz em um objetivo, em uma razão fortíssima para estar ali, como os demais, assentando tijolo por tijolo, parede após parede mas, diferentemente dos demais, persegue um RESULTADO: a catedral pronta, em festa, cheia de pessoas rezando a seu Deus.
E nós? O que estamos fazendo? Assentando tijolos, fazendo paredes ou construindo uma catedral?
Parece que, na maioria das organizações, desvirtuadas ao longo do tempo, estamos assentando tijolos. Isto é, não temos um sonho que, na linguagem das organizações, pode ser chamado de OBJETIVO. Estamos, é certo, fazendo muitas coisas, o dia todo, o ano inteiro, estamos desempenhando tarefas, muito bem, por sinal. Mas, e os resultados?
Não sabemos o que estamos fazendo numa dimensão maior. E, se não sabemos, não estamos nos dedicando convenientemente a “construir a catedral”, a alcançar resultados, a fazer coisas grandes. E, com isto, todos perdemos, nós e as organizações às quais pertencemos. Não nos permitimos crescer. Condenamo-nos a sermos pequenos.
E esta constatação nos deixa frustrados, incompletos.
Certamente é muito pouco fazer as tarefas que nos determinam cumprir, mecânica e automaticamente, por hábito, como robôs. “Cumprimos o dever”, “fazemos certinho as coisas”, seguimos a rotina …
Mas, e a catedral?
Sonhemos! Nossos sonhos vão nos permitir estabelecer objetivos. Os objetivos vão se constituir em alvos que perseguiremos com ânsia e com garra. Seremos inflexíveis nesta jornada. Estaremos movidos por uma visão clara do que queremos como pessoas e como membros de uma organização.

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