quarta-feira, 22 de junho de 2011

SE FOSSE APENAS UMA FÁBULA, SERIA ÓTIMO.

Qualquer semelhança com a vida real;
é uma mera coincidência.
Era uma vez um grande navio, que era comandado por um grupo de seletas raposas felpudas.
Os ratos, enquanto mandavam as raposas, criticavam tudo, falavam mal de tudo, não perdoavam deslizes ou erros, sempre afirmando que a embarcação afundaria se os métodos de navegação e a rota não fossem alteradas.
Enfim, tanto disseram e prometeram que acabaram por assumir o controle da embarcação.
Para tal empreitada, tiveram que se associarem a outros ratos, oriundos de diversos porões. Era necessário, assim foi feito.
Juntaram-se ao grupo, as vaquinhas de presépio, os lobos, alguns veados e sapos, além de outros menos cotados.
Cada qual passou a reivindicar seu quinhão de poder e foram sendo acomodados. Estes trouxeram alguns amigos para auxiliar nas árduas tarefas, deu até briga, para saber quem faria o quê.
Velhas raposas, inclusive algumas que já haviam comandado a nau, em um tempo obscuro da história, a pretexto de ajudar na administração, também se juntaram aos ratos, foram recebidos de braços abertos, e, claro, agraciados com cargos e benesses.
Foi então que um rato foi pego tentando ganhar algum extra, negociando benefícios e exclusividade em contratos com setores da administração. O tumulto foi geral, pois o rato era protegido de um grande rato-chefe e até agora ainda não se sabe se este último era conivente com as negociatas e se receberia parte do arrecadado.
As raposas felpudas, aliadas a outros animais, de pronto, exigiram a formação de uma comissão para esclarecer o caso. Os ratos, não concordaram e a coisa pegou fogo.
Para apagar o incêndio, foi preciso ampliar os acordos com outros grupos animais, raposas de grupos diferentes e até cobras coloridas, todos saíram em defesa dos ratos, e logo em seguida cobraram o valioso auxílio, exigindo mais poder de decisão e mais cargos e verbas.
Chamaram um velho conhecido que é especialista em propaganda. O felino de alta linhagem, logo tratou de fazer inúmeras propagandas que imediatamente começaram a ser veiculadas.
Enquanto isso, o navio não sai do lugar, parece atolado em banco de areia, esperando a maré subir. Vários grupos de animais, vendo a fragilidade do comando, também se amotinam, alguns fazem greve, outros invadem cabines já ocupadas, há uma onda de mortes, roubos, furtos e outros crimes.
Enquanto isso, o grande rato chefe continua fazendo proselitismo, viagens, passeios, inaugurações, e discursos cheios de metáforas, porém distantes da realidade do navio.
O prestígio do Grande Rato-Chefe cai vertiginosamente, começam a dizer que ele e seu grupo de sábios não sabem navegar e não conhecem suficientemente as condições do navio, do tempo, e dos instrumentos para levar a embarcação ao porto seguro.
Começaram, veladamente, depois mais abertamente a falar em quebrar a regra do jogo, para dividir o poder do Grande chefe, como já foi tentado em outra ocasião.
Ante, os sinais do naufrágio que já são mais evidentes, tanto, que os ratos e outros animais começam a abandonar o navio. Uns desancam a criticar o que anteriormente elogiavam, alguns, que até dividem o comando, ameaçam ir embora, apoios, antes irrestritos, vão diminuindo.
Um ratinho acusa a administração do Navio de ineficiência no combate aos crimes. Um Ratão, que toma remédio controlado, antes amigo íntimo, ao ponto de se vangloriar do mesmo sobrenome do grande rato-chefe, agora, percebendo a possibilidade do desastre, diz que estão fazendo tudo errado e que se continuar assim ele também vai cair fora do barco.
Os dias vão-se passando e os problemas vão se acumulando aos montes, e não se vislumbram soluções, ao contrário, parece que o navio vai mesmo afundar.

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